A primeira árvore de Natal

por Graziele Conceição

Capítulo 03

Já podemos imaginar que diante da vida difícil que levavam, não era comum que se festejasse com enfeites e doces, o Nascimento do Menino Jesus. Isso entristecia o Bentinho, (como assim era chamado). Mas, de nada reclamava, pois temia que sua querida mãezinha sofresse por mais este motivo. Sempre que chegava esta bela época, ficava sonhando com as luzinhas, os brinquedos, a ceia. Enfim, a festa toda. Mas não se esquecia do motivo principal do Natal: o puro e doce Menino Jesus.
Seus irmãos mais velhos, para fazer-lhe um brinquedinho, cortavam as pontas de uma melancia e transformavam-nas em rodas de um carrinho improvisado. E assim se divertiam.
Certo ano, estando já um pouco mais crescidinho, pediu a autorização de sua mãe e foi até a cidade de Itajaí, mas sem lhe dizer o motivo. (Vale lembrar aqui que, neste tempo, moravam em um dos municípios de Itajaí: São Nicolau; que se distanciava da cidade uns 15 km). Foi descalço e a pé. Chegando lá, começou a procurar pelo chão, perto de bares e restaurantes, papéis de bala e de qualquer outra coisa que brilhasse com a luz do sol. Não se cansou enquanto não estava com os bolsinhos cheios deles, voltando, depois, saltitante para casa. Tendo chegado ao lar, procurou pelo quintal um vasinho, escolheu entre as árvores da redondeza um galhinho que pudesse caber dentro de casa e juntou um punhado de pedrinhas arredondadas. Sua mãe, de vez em quando o olhava correndo de lá para cá, desde que havia chegado, e pensava consigo: “Quê estará inventando este meu filhinho?” E surpresa ficou ao entrar na sala.

Viu em um canto, dentro de um vasinho, uma bela árvore de Natal: um pequeno garrancho, e nele, penduradas as pedrinhas embrulhadas em papéis coloridos e brilhantes, mas não mais brilhantes que os olhos irradiantes e emocionados do Bentinho, ajoelhado diante da árvore, cantando baixinho: Noite Feliz.

                 

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